Cerâmica
Por ser um material maleável e natural, a argila permite a exploração tátil para a estruturação das formas, estimulando o desenvolvimento do aluno.
Na cerâmica, o aluno trabalha o planejamento das ações escolhendo a melhor maneira de transformar seu mundo imaginário em objeto. A frustração faz parte do processo, pois nem sempre é possível concretizar uma ideia. As peças podem estourar no forno, ou rachar. Porém, é sempre possível recomeçar.
A modelagem é um dos meios de preparação para o pensamento. O que a palavra não conseguir exprimir, é transmitido nesse contato com a argila, refletindo impressões da personalidade do aluno.
No processo da cerâmica, o aluno amadurece, sentindo-se capaz de criar, desenvolvendo sua sensibilidade tátil, percepção das formas, dimensões, texturas e coordenação fina.
O trabalho com a massa também favorece o contato com a subjetividade e o potencial criativo.
É também através da transformação da matéria que o aluno passa a acreditar que é capaz de produzir e se manifestar criativamente. Consequentemente, há um aumento em sua auto-estima e a troca de experiência auxilia no seu relacionamento com o meio.
Todo processo também contribui para o desenvolvimento emocional. Amassar a argila, dar forma a matéria amorfa, são gestos primitivos que nos ajudam a eliminar as tensões e ansiedades.
Atividades presente nas oficinas de cerâmica:
- Contato com a história da cerâmica
- Técnicas
- Desenvolvimento de um projeto pessoal
- Confecção e pesquisa
- Trabalho em equipe
- Exposição dos trabalhos (ser reconhecido como sujeito que produz e que faz parte de um todo, contribuindo para o desenvolvimento cultural).
Processo de confecção da Cerâmica
Inicialmente, a argila necessita ser amassa para compactar e eliminar todas as bolhas de ar existentes em seu interior. As bolhas podem fazer com que a peça exploda dentro do forno, durante a queima, como também podem provocar rachaduras em peças que estejam secando.
Técnicas
Cumbuca - Modelagem feita através da pressão do polegar ou da mão em bolas de argila. Técnica primitiva usada desde o começo da história da cerâmica.
Rolinho - Consiste em conformar uma peça através da sobreposição de rolos uniformes de argila.
Placa - Modelagem feita através de placas de argila, abertas com um rolo, que deve encontrar nas duas guias de mesma espessura, colocadas nas laterais da massa. Depois de aberta, a placa deve ser cortada nas partes necessárias para o objeto idealizado e agregadas umas às outras de forma adequada.
Ocagem - técnica utilizada para deixar o bloco de argila ou peças grossas ocas.
Torno - maquinário utilizado para fazer peças utilitárias em cerâmica.
Engobe
Decoração feita com argila colorida de consistência pastosa que se aplica sobre a peça crua e úmida. Os engobes podem ser naturais ou coloridos com óxidos e corantes minerais.
Queima
A primeira queima é denominada biscoito. Serve para transformar a argila em cerâmica, tornando-a permanentemente dura (800/900 graus). A queima deve ser bem lenta no seu início para que não haja risco das peças racharem ou empenarem. No final do cozimento constata-se uma diminuição, encolhimento, de mais ou menos 10% em seu tamanho e volume, ficando a peça porosa e não impermeável. Uma queima cuidadosa de biscoito dura cerca de oito horas e deve- se aguardar, pelo menos, outras oito horas para abrir totalmente a porta do forno, sob o risco das peças racharem em decorrência do choque térmico.
Esmalte
É um produto vitrificável resultado da mistura de substâncias minerais que, ao derreterem, se fundem a uma determinada temperatura, aderindo ao corpo cerâmico. Na sua composição química entram minerais naturais, e outras produzidas quimicamente.
Maira Andrade Martinez – psicóloga e ceramista.